Todo líder tem um ponto frágil. A pergunta é: você sabe onde está o seu?
Na mitologia, Aquiles caiu por onde menos esperava.
No mundo corporativo, muitos líderes seguem o mesmo caminho — não por falta de competência, mas por ignorar sua própria vulnerabilidade.
No artigo abaixo, conecto o símbolo do “calcanhar de Aquiles” com os desafios silenciosos da liderança moderna.
Autoconhecimento não é opcional. É sobrevivência estratégica.
📌 Boa leitura — e boa reflexão.
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A maior vulnerabilidade de um líder não está onde todos enxergam — mas onde ele próprio se recusa a olhar.
Anos atrás, mergulhei na mitologia grega em busca de metáforas que pudessem iluminar o comportamento humano no mundo corporativo. Entre deuses, monstros e heróis, um nome sempre voltava com força: Aquiles. Forte, veloz, praticamente invencível — exceto por um detalhe. Seu calcanhar.
Na época, isso me fez pensar: e se o maior risco de um líder não estiver em sua equipe, no mercado ou no concorrente — mas nele mesmo? No ponto cego que ele ignora? No traço que, não sendo reconhecido, pode arruinar sua trajetória?
Este artigo é um convite à vulnerabilidade consciente — algo que, ao contrário do que muitos pensam, fortalece (e não enfraquece) quem lidera.
Quem foi Aquiles, o guerreiro quase imortal
Na mitologia grega, Aquiles era o maior herói da Guerra de Troia. Filho da deusa Tétis e do mortal Peleu, foi mergulhado pela mãe no rio Estige para se tornar invulnerável. Mas como ela o segurava pelo calcanhar, essa parte do corpo não foi banhada pelas águas mágicas — e permaneceu vulnerável.
Durante a guerra, Aquiles se destacou pela força, coragem e fúria. Foi temido e reverenciado. Até ser atingido por uma flecha, no único ponto frágil do seu corpo. O calcanhar. E assim, o homem invencível caiu.
O que isso tem a ver com o mundo corporativo? Tudo.
Seja você CEO, diretor, gerente ou empreendedor, a pergunta é simples: qual é o seu calcanhar de Aquiles?
- A necessidade constante de controle?
- A dificuldade de ouvir feedbacks?
- A intolerância ao erro dos outros?
- O perfeccionismo que paralisa?
- O orgulho que impede pedir ajuda?
Na mitologia, o calcanhar era físico. No mundo executivo, é psicológico, emocional ou relacional — e costuma ser negado, mascarado, racionalizado.
Mas ignorá-lo não o torna menos real. Pelo contrário: torna-o mais perigoso.
Exemplos corporativos do “calcanhar invisível”
✅ Case 1: O CEO inquestionável
Brilhante, estratégico, carismático. Mas incapaz de aceitar opiniões divergentes. Em pouco tempo, cercou-se de bajuladores. A empresa perdeu inovação, e ele perdeu a confiança do board.
👉 Seu calcanhar: ego blindado.
✅ Case 2: A gestora perfeccionista
Conhecia tudo do negócio, entregava resultados. Mas exigia dos outros o mesmo nível de controle e dedicação. Burnout na equipe, rotatividade alta e um clima de medo.
👉 Seu calcanhar: rigidez disfarçada de excelência.
✅ Case 3: O executivo hiperprodutivo
Multitarefa, não parava. Mas não delegava, não treinava sucessores e criava dependência operacional. Quando saiu, o time desabou.
👉 Seu calcanhar: protagonismo tóxico.
Por que é tão difícil enxergar o próprio calcanhar?
Porque a maior parte dos líderes foi treinada para focar em forças, resultados e visibilidade. Vulnerabilidades são vistas como fraquezas. Mas essa é uma visão ultrapassada — e perigosa.
Na prática, todo líder tem pontos cegos. A diferença está entre aqueles que:
🔹 Negam, e tropeçam neles…
🔹 Reconhecem, e
🔹 os gerenciam com maturidade.
O problema não é ter o calcanhar de Aquilies. É ignorá-lo.
Recomendações para líderes, mentores e coaches
- Mapeie seu calcanhar — com honestidade. Faça uma autoavaliação profunda. Pergunte a pessoas de confiança: “O que em mim atrapalha meu próprio crescimento?”
- Aceite que não existe liderança perfeita. Grandes líderes se tornam melhores quando reconhecem suas limitações.
- Tenha um mentor ou coach que o desafie com verdade. Alguém que não tema tocar na sua vulnerabilidade — e ajude a transformá-la em força.
- Crie uma cultura que acolha vulnerabilidades sem puni-las. Se você lidera com invulnerabilidade, seu time viverá com medo.
- Use sua dor como ponte, não como armadura. As maiores conexões humanas no ambiente de trabalho surgem quando mostramos que também somos falíveis.
Liderança não é sobre parecer invencível. É sobre ser confiável.
Aquiles era admirado por sua força. Mas foi seu calcanhar — esquecido, não protegido — que o matou.
Líderes que negam sua vulnerabilidade correm o mesmo risco: desmoronar não pelo que está fora, mas pelo que está dentro.
Você já olhou para o seu calcanhar hoje?
Aquele comportamento repetitivo… Aquela reação emocional fora de hora… Aquela resistência crônica a ouvir certos feedbacks…
Talvez o que você está tentando esconder seja justamente o que pode libertar você — e fortalecer sua liderança.
Porque todo líder tem um calcanhar de Aquiles. Os grandes são aqueles que o reconhecem — e caminham com ele, em vez de fugir dele.
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