Quantas vezes você já reduziu a velocidade do seu voo para não se afastar do grupo?
O mundo corporativo está cheio de “bandos de gaivotas” — mas são os que desafiam o vento que acabam inspirando os outros a voar mais alto.
No novo artigo da série Decifrando o Mundo Corporativo, falo sobre as lições do livro FERNÃO CAPELO GAIVOTA para líderes e profissionais que buscam autenticidade e propósito.
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Enquanto muitos se contentam em voar baixo, os verdadeiros líderes aprendem a desafiar o vento — e descobrem que o céu é apenas o começo.
A metáfora do voo
Entre tantas histórias sobre autoconhecimento e propósito, poucas são tão simbólicas quanto Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach. Aparentemente simples, a fábula fala de uma gaivota comum que se recusa a viver como todas as outras. Enquanto o bando se contenta em voar apenas o suficiente para buscar alimento, Fernão quer mais: ele quer aprender a voar pelo prazer de voar, aperfeiçoar-se, ir além do que esperam dele.
E é justamente aí que começa sua jornada de superação — e também sua solidão.
Expulso do grupo por desafiar as regras, Fernão Capelo segue sozinho, em busca da maestria. Enfrenta o vento, o medo, o julgamento e a incompreensão. Mas, ao fazer isso, ele descobre o que significa liberdade, excelência e autenticidade.
E no mundo corporativo?
O mundo corporativo está cheio de “bandos de gaivotas”. Reuniões que repetem padrões, lideranças que evitam riscos, profissionais que seguem o fluxo porque é mais seguro não questionar.
Mas as empresas que se destacam — e os líderes que deixam legado — são aqueles que ousam voar diferente. São os que se recusam a aceitar o “sempre foi assim”. São os que enfrentam a resistência, o medo do erro, e buscam voar um pouco mais alto, todos os dias.
Em tempos de transformação digital, inteligência artificial e mudanças constantes, o comportamento de Fernão Capelo é mais atual do que nunca. A liderança do futuro não está em controlar o bando, mas em inspirá-lo a descobrir novos voos.
Autenticidade e propósito: os novos motores da liderança
Ser autêntico no mundo corporativo exige coragem. Coragem para sustentar opiniões impopulares, para defender valores pessoais, para agir com coerência mesmo quando ninguém está olhando.
Fernão Capelo não queria ser o melhor por vaidade, mas por propósito — o propósito de descobrir até onde poderia ir. Da mesma forma, líderes e profissionais que buscam autoconhecimento e crescimento verdadeiro não o fazem para impressionar, mas para evoluir e contribuir.
Em processos de coaching executivo e mentoria de liderança, esse é um ponto recorrente: muitos executivos de alto desempenho chegam a um momento em que percebem que o sucesso sem propósito é apenas altitude sem direção. Eles sentem falta de significado. E é nesse instante que o “voo interior” começa.
E qual o preço a pagar por “voar” diferente?
Toda escolha autêntica cobra um preço. No caso de Fernão Capelo, foi o isolamento. No caso dos líderes reais, pode ser a crítica, o ceticismo, ou a solidão do comando.
Mas é nessa travessia que se formam os líderes mais humanos e conscientes — aqueles que compreendem que liderar é servir, e servir é inspirar. Assim como Fernão, eles aprendem que liberdade não é ausência de regras, mas a capacidade de escolher o próprio caminho dentro delas.
E, quando esse tipo de líder retorna ao “bando”, não o faz para se vangloriar, mas para ensinar os outros a voar.
Exemplos do mundo real
- Satya Nadella, CEO da Microsoft, transformou uma cultura competitiva e rígida em um ambiente colaborativo, centrado na empatia e no aprendizado contínuo.
- Steve Jobs, ao retornar à Apple, apostou na simplicidade e na estética quando o mercado inteiro buscava volume e velocidade — mostrando que inovação é, antes de tudo, uma forma de pensar.
- Antônio Carlos Jobim, no universo da música, é um retrato perfeito de Fernão Capelo Gaivota: ousou misturar o erudito ao popular, enfrentou o conservadorismo da época e criou um som que transcendeu fronteiras. Sua busca pela harmonia e pela perfeição sonora era uma jornada de propósito, não de aplauso.
- Luiza Trajano, à frente do Magazine Luiza, também encarna essa coragem de voar diferente — acreditando que empresas só crescem de forma sustentável quando colocam pessoas e propósito no centro das decisões.
Lições para líderes e profissionais
- Questione o óbvio. A inovação começa quando alguém pergunta “por que não?”.
- Busque a excelência por prazer, não por aplauso. Quando o propósito é genuíno, o resultado vem naturalmente.
- Aceite a solidão temporária da autenticidade. O reconhecimento pode demorar, mas a paz de ser quem você é chega primeiro.
- Compartilhe o que aprendeu. O verdadeiro líder é aquele que transforma o próprio voo em inspiração para outros.
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E dai?
Quantas vezes você já reduziu a velocidade do seu voo para não se afastar do grupo? Será que não está na hora de reencontrar o prazer de voar — de redescobrir o que o faz sentir vivo, realizado, autêntico?
No final, Fernão Capelo Gaivota não é apenas uma fábula sobre liberdade. É um lembrete sobre liderança com propósito, coragem de ser diferente e o poder transformador do autoconhecimento.
Porque, no fundo, todos nós temos um pouco de Fernão — e o mundo corporativo precisa, mais do que nunca, de líderes dispostos a voar além do horizonte.

