Muitos associam ambição ao sucesso — mas poucos falam sobre o custo oculto de perseguir poder sem limites. Inspirado em Macbeth, de Shakespeare, este artigo explora os paralelos entre tragédia literária e liderança corporativa.
📉 Onde líderes se perdem no caminho?
👑 O que vale mais: o trono ou a paz interior?
Se você lidera ou deseja liderar, vale a leitura até o fim.
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Até onde você iria para conquistar o que deseja? E o que perderia nesse caminho?
A Tragédia de Macbeth, de Shakespeare
Em Macbeth, Shakespeare nos apresenta a ascensão e queda de um guerreiro nobre, transformado por uma profecia e por sua ambição. Macbeth assassina o rei para tomar o trono, incentivado por Lady Macbeth. A partir desse ponto, mergulha num ciclo de medo, violência e culpa. O que começa como uma promessa de grandeza termina em ruína total.
Macbeth é uma das mais poderosas representações literárias de como o desejo por poder pode distorcer valores, corromper a alma e destruir tudo ao redor. É também um estudo profundo sobre liderança, influência e os mecanismos psicológicos que movem decisões humanas.
E o que isto tem a ver com o mundo corporativo?
O ambiente executivo é terreno fértil para a ambição. Ela nos impulsiona a crescer, inovar e conquistar. No entanto, quando a ambição se sobrepõe à ética, ao propósito coletivo e à saúde organizacional, ela se torna destrutiva.
Empresas não falham apenas por estratégias equivocadas, mas principalmente por culturas tóxicas alimentadas por líderes ambiciosos demais e autocentrados. O líder que não ouve, não compartilha, não delega e não tolera o contraditório tende a repetir a trajetória de Macbeth: cercar-se de bajuladores, sufocar a verdade e se isolar da realidade.
O mundo corporativo está repleto de “tragédias silenciosas”. Projetos promissores que naufragam por vaidade, fusões que se tornam pesadelos por falta de alinhamento de valores, líderes brilhantes tecnicamente que sabotam suas equipes por medo de perder relevância.
Exemplos reais
A história recente está repleta de líderes que, como Macbeth, colocaram suas ambições acima de tudo. A Enron, por exemplo, tornou-se símbolo de ganância institucionalizada. Executivos falsificaram balanços para sustentar a imagem de sucesso. Quando a verdade veio à tona, a empresa faliu, milhares perderam seus empregos e os principais líderes foram presos.
Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, prometeu revolucionar a medicina com exames de sangue rápidos e baratos. Sua visão era admirável, mas construída sobre promessas vazias. Ignorando alertas e manipulando resultados, ela enganou investidores e arriscou a vida de pacientes. Como Macbeth, acreditou tanto em sua “profecia” pessoal que foi incapaz de encarar a realidade.
Até mesmo empresas tradicionais, como a Volkswagen, tropeçaram ao adotar práticas antiéticas. No caso do “Dieselgate”, executivos autorizaram manipulações de dados para que veículos parecessem menos poluentes. O resultado: bilhões em multas e um dano reputacional que levou anos para ser parcialmente reparado.
A Americanas enfrentou uma fraude contábil bilionária que levou à maior recuperação judicial do Brasil, com uma dívida de quase R$ 50 bilhões. A fraude envolvia manipulação de balanços financeiros para inflar artificialmente o caixa e valorizar ações na bolsa.
Esses líderes não começaram como vilões. Assim como Macbeth, eles cruzaram pequenas fronteiras — uma omissão aqui, um dado ajustado ali — até perderem completamente o senso de limite.
No Brasil, temos ainda diversos escândalos corporativos que mostram como práticas não éticas muitas vezes nascem no topo. São decisões estratégicas justificadas por metas agressivas, que ignoram impactos sociais, ambientais e humanos. Em comum, vemos líderes desconectados da realidade e cercados por estruturas que não favorecem o contraditório.
A psicologia de Macbeth e o perfil do líder isolado
Macbeth não enlouquece de uma hora para outra. Sua degeneração é progressiva. Ela começa com uma dúvida moral, passa por uma escolha errada e se intensifica com a necessidade de ocultar essa escolha. Para manter o que conquistou, Macbeth precisa eliminar qualquer ameaça. E quanto mais poder ele acumula, mais inseguro ele se torna.
No mundo corporativo, líderes que não reconhecem suas vulnerabilidades e que não compartilham responsabilidades acabam se tornando reféns de si mesmos. Passam a desconfiar de todos, evitam decisões coletivas, concentram tarefas e, em muitos casos, prejudicam o desempenho da organização.
Esse perfil de liderança está associado ao aumento do turnover, à queda de produtividade e ao adoecimento emocional das equipes. E, em última instância, ao fracasso do próprio líder.
Recomendações para líderes e equipes
- Estabeleça seus limites éticos e reflita sobre eles regularmente
- Cerque-se de conselheiros honestos, que tenham liberdade para discordar
- Valorize o processo tanto quanto o resultado. Os meios importam
- Promova uma cultura de escuta ativa e aprendizado contínuo
- Estimule a autonomia com responsabilidade
- Esteja atento a sinais de isolamento e desconexão com a equipe
- Celebre os acertos coletivos. O protagonismo não precisa ser solitário
- Pratique vulnerabilidade com sabedoria. Mostrar-se humano inspira confiança
- Reforce constantemente o propósito organizacional
- Lembre-se: o que você tolera silenciosamente define sua cultura
A liderança como legado
A liderança não é uma posição, mas uma influência. Um líder não é medido apenas pelos lucros que gera, mas pelo legado que deixa.
Macbeth teve poder, mas seu nome tornou-se símbolo de ruína. Que tipo de nome você está construindo em sua trajetória profissional?
Líderes conscientes entendem que não se trata apenas de chegar ao topo, mas de chegar acompanhado. De construir pontes em vez de tronos, de inspirar em vez de impor, de cultivar relações de confiança em vez de domínio.
Questões para refletir
Quantos líderes você já viu conquistar o “trono”, mas perder a alma?
O sucesso profissional vale a pena se vier acompanhado de culpa, isolamento e medo constante de cair?
Talvez o verdadeiro poder esteja, justamente, em saber quando parar, em renunciar ao controle absoluto e em liderar com vulnerabilidade. A ambição é uma chama poderosa — mas sem contenção, pode consumir tudo ao redor.
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