NEM TODO CORDEIRO É O QUE PARECE.
No mundo corporativo, alguns dos maiores riscos vêm disfarçados de boas intenções.
Inspirado na clássica fábula “O Lobo em Pele de Cordeiro”, este artigo revela como a aparência de gentileza, carisma ou competência pode esconder condutas tóxicas, fraudes e até colapsos organizacionais. Casos como WeWork, Americanas e outros mostram o quanto líderes ou executivos “encantadores” podem iludir equipes, conselhos e investidores — até que seja tarde demais.
Como identificar esses lobos?
Que sinais costumam ser ignorados por vaidade ou medo?
E como proteger sua cultura organizacional de influências disfarçadas?
Leia o artigo e veja como a fábula continua mais atual do que nunca.
Nem todo mundo que sorri é amigo. E nem todo plano bem embalado é seguro
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A fábula: aparência, manipulação e desastre
Na conhecida fábula de Esopo, um lobo, cansado de ser evitado pelas ovelhas, veste a pele de um cordeiro para se misturar ao rebanho. Assim disfarçado, ganha confiança, se aproxima, observa… até atacar na hora certa. O que parecia inofensivo, gentil e familiar, era, na verdade, o predador mais perigoso.
No mundo corporativo, essa metáfora ganha contornos ainda mais perigosos: pessoas, projetos e até culturas organizacionais que se apresentam como “boas práticas” — mas escondem interesses ocultos, manipulações ou riscos éticos profundos.
Por que essa fábula importa nas organizações?
Porque os maiores riscos nem sempre vêm com cara de ameaça. Muitas vezes, são apresentados como soluções, parcerias estratégicas ou lideranças inspiradoras. Mas por trás de discursos eloquentes e sorrisos afáveis, pode haver motivações egoístas, falhas de caráter ou até fraudes disfarçadas.
Organizações precisam estar atentas não só ao que é dito — mas ao que é feito. O discurso bonito, sem prática coerente, é a pele do cordeiro. O comportamento tóxico, sorrateiro ou antiético, é o lobo escondido.
Casos reais: quando o lobo entrou no rebanho
1. Americanas — O rombo por trás do discurso de confiança
A varejista era tida como sólida, confiável, um exemplo de governança. Mas em 2023, a verdade veio à tona: um rombo bilionário, com fraudes contábeis mascaradas por anos. A confiança construída em décadas foi destruída em dias.
➡️ O discurso era de eficiência, inovação e transparência. Mas os dados estavam sendo manipulados. O lobo estava dentro — e poucos ousaram expor.
2. Elizabeth Holmes – Theranos
Holmes se apresentou como um novo Steve Jobs. Jovem, visionária, elegante, revolucionária. Seu projeto, a Theranos, prometia realizar exames com uma gota de sangue — uma revolução na medicina.
A realidade? A tecnologia não funcionava. Mas os discursos, o marketing e até o figurino davam credibilidade. Investidores, médicos e políticos acreditaram… até que o escândalo estourou.
➡️ A pele de cordeiro era a inovação. O lobo era a mentira sustentada por carisma e ambição desmedida.
3. Bernie Madoff — o maior esquema de pirâmide da história
Com um currículo impecável, respeitado em Wall Street, Madoff prometia retornos constantes e seguros. Durante décadas, investidores — de pessoas físicas a fundações — colocaram fortunas em suas mãos.
Tudo não passava de uma gigantesca fraude. Um esquema de “piramide” financeira (Ponzi) que causou prejuízos bilionários.
➡️ Madoff usava a imagem de mentor, conselheiro, homem de confiança. Mas sua estrutura era predatória.
4. A liderança disfarçada de empatia (exemplo comum nas empresas)
Nem todo caso é um escândalo de capa de jornal. Em muitas empresas, há pessoas que se mostram acolhedores, acessíveis e colaborativas — mas que agem com manipulação, jogam uns contra os outros, criam climas de insegurança psicológica e bloqueiam talentos para manter o próprio poder.
➡️ O lobo não precisa de milhões para causar estragos. Basta minar a cultura por dentro.
Sinais de que pode haver um “lobo no rebanho”
- Promessas grandiosas com pouca transparência.
- Pessoas que não aceitam ser questionadas — mas fingem ouvir.
- Processos internos que parecem perfeitos demais, sem espaço para crítica.
- Reações exageradas a feedbacks ou sugestões.
- Cultura do “fale bem ou cale-se”.
- Informações centralizadas em poucas mãos.
Como criar defesas contra lobos disfarçados?
✅ 1. Crie uma cultura de verdade
Ambientes onde todos podem se expressar, inclusive com críticas construtivas, são naturalmente mais resistentes a manipuladores.
✅ 2. Valorize a coerência entre discurso e prática
Não se deixe encantar apenas por boas apresentações ou relatórios bem-feitos. Observe como a pessoa ou projeto age no dia a dia, sob pressão e diante do erro.
✅ 3. Tenha conselhos e comitês realmente atuantes
Empresas onde os conselhos apenas “carimbam decisões” abrem espaço para comportamentos predatórios.
✅ 4. Trabalhe o desenvolvimento de soft skills e inteligência emocional
Colaboradores preparados emocionalmente têm mais clareza para perceber incoerências, resistir à manipulação e agir com coragem.
✅ 5. Valorize quem diz verdades incômodas
Muitas vezes, o primeiro a perceber o lobo será o “cordeiro” mais atento — e corajoso. Não silencie quem alerta.
Por que toda organização precisa saber distinguir pele e essência?
Num mundo de aparências, narrativas e “storytelling”, o maior diferencial competitivo de uma empresa pode ser sua capacidade de discernir o real do disfarçado.
Líderes que desenvolvem essa escuta crítica e criam espaços de segurança e autenticidade não só evitam desastres — como constroem culturas saudáveis, resilientes e sustentáveis.
👉 Não tema o lobo que ruge. Tema o que sorri…
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