𝗤𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗮𝗿𝗿𝘂𝗺𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗼 𝗵𝗼𝗺𝗲𝗺, 𝗮𝗿𝗿𝘂𝗺𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗼 𝗺𝘂𝗻𝗱𝗼
Não são apenas processos, tecnologia ou estratégia — 𝘀ã𝗼 𝗮𝘀 𝗽𝗲𝘀𝘀𝗼𝗮𝘀.
A pequena história que compartilho no artigo a seguir revela, de forma surpreendentemente simples, um princípio fundamental da liderança:
👉 quando desenvolvemos o ser humano, todo o sistema à sua volta se organiza e prospera.
Em tempos em que o mundo corporativo busca inovação e resultados, vale refletir: será que não estamos esquecendo o básico?
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O que um quebra-cabeça infantil pode nos ensinar sobre liderança e gestão de pessoas
Quando arrumamos o homem, arrumamos o mundo.
Essa frase resume, com uma simplicidade incrível, um dos maiores desafios da liderança contemporânea.
Dias atrás, me deparei com uma pequena história publicada em 1993 por Dom Lucas M. Neves — uma daquelas pérolas que atravessam décadas e continuam atuais. Vale compartilhar:
Um pai engenheiro, tentando concentrar-se em seus cálculos, busca entreter o filho de 7 ou 8 anos. Depois de várias tentativas frustradas de silenciar o garoto curioso, tem uma ideia: entrega-lhe um quebra-cabeça — um mapa do mundo —, imaginando que a criança levaria ao menos uma hora para montá-lo.
Mas, para surpresa do pai, em 10 minutos o menino volta, triunfante: “Pai, vem ver!” No chão, o mapa do mundo estava completo e perfeito.
Incrédulo, o pai pergunta como ele conseguiu tão rapidamente. E o menino responde:
“Pai, você não percebeu? Atrás do mapa do mundo, o quebra-cabeça tinha a figura de um homem. Era mais fácil! Quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado.”
Simples. Genial. Profundo. Quando arrumamos o homem — ou seja, quando desenvolvemos, alinhamos e fortalecemos as pessoas —, o mundo corporativo ao redor delas se organiza.
Por que falar disso no mundo corporativo
Em minha trajetória como executivo e mentor, vi incontáveis organizações investirem milhões em estratégias, processos e tecnologias… enquanto ignoravam o fator mais determinante de todos: o ser humano.
Empresas são feitas por pessoas. Lideradas por pessoas. Inspiradas por pessoas.
Se os líderes estão desalinhados — emocionalmente, eticamente ou em relação ao propósito da empresa —, nenhuma estrutura se sustenta. Se as equipes não se sentem valorizadas ou compreendidas, a performance nunca atinge seu potencial máximo.
Por outro lado, quando o líder se trabalha — quando o ser humano “se arruma” —, tudo à volta evolui.
Exemplos reais
Ao longo dos últimos anos, atuei como mentor em diversas transições de carreira e desenvolvimento de lideranças. Posso citar três exemplos que ilustram bem a metáfora do quebra-cabeça:
✅ 1. De CEO a mentor e coach executivo Minha própria jornada: após anos como CEO em grandes empresas, percebi que meu maior legado não era o EBITDA nem o market share — era a transformação das pessoas. Investi em meu próprio desenvolvimento, ressignifiquei meu papel, e hoje atuo como mentor e coach de executivos, ajudando-os justamente a a “arrumar o homem”.
✅ 2. Um ex-diretor financeiro em crise de propósito: Durante um processo de mentoria, um CFO revelou seu cansaço e desalinhamento com o que fazia. Não era uma questão técnica — era pessoal. Ao trabalhar aspectos de autoliderança e propósito, ele redescobriu o significado de sua atuação: passou a encontrar realização em atingir resultados por meio do desenvolvimento das pessoas na organização. Essa mudança de perspectiva não apenas renovou sua energia como líder, mas também trouxe impactos positivos e duradouros para toda a equipe.
✅ 3. Uma gerente de RH em busca de autoconfiança Recebi uma profissional extremamente competente, mas insegura no papel de liderança. Ao longo da mentoria, ela construiu autoconfiança, melhorou sua comunicação e desenvolveu habilidades relacionais. O resultado: não só cresceu na carreira, como transformou a cultura de sua equipe.
Recomendações práticas
Se você lidera uma empresa, uma equipe — ou a sua própria carreira —, aqui vão algumas provocações:
- Invista em autoconhecimento: um líder que não conhece a si mesmo dificilmente inspira outros. O primeiro passo para “arrumar o homem” é olhar para dentro: entender seus valores, crenças, emoções e propósito.
- Promova desenvolvimento humano nas equipes: não se trata apenas de competências técnicas. Inteligência emocional, ética, empatia e propósito são hoje habilidades essenciais para o sucesso coletivo.
- Cuide da cultura organizacional: ela reflete o “estado interior” coletivo da empresa. Cultura não é um conjunto de frases na parede — é o comportamento diário que nasce das atitudes dos líderes. Se o ambiente valoriza confiança, transparência e respeito, as pessoas se sentem seguras para dar o melhor de si. Se, ao contrário, a cultura for tóxica ou baseada no medo, mesmo os melhores talentos se retraem.
- Busque mentoria: não subestime o poder de um mentor externo para ajudar a identificar pontos cegos, trazer novas perspectivas e acelerar o desenvolvimento pessoal e profissional
E dai?
No fundo, o quebra-cabeça do menino resume a arte da liderança: 👉 Quer arrumar sua empresa? Comece arrumando o homem que você é. O resto se alinha naturalmente.
E você, já parou para pensar: Quais peças internas precisam ser ajustadas para que o seu mundo (ou sua empresa) fique mais em ordem?
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