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O CUSTO DAS PENAS EMPRESTADAS: Liderança fake e o preço da vaidade corporativa

𝗤𝗨𝗔𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗜𝗗𝗘𝗥𝗘𝗦 𝗩𝗢𝗖𝗘 𝗖𝗢𝗡𝗛𝗘𝗖𝗘 𝗤𝗨𝗘 𝗩𝗜𝗩𝗘𝗠 𝗗𝗘 𝗣𝗘𝗡𝗔𝗦 𝗘𝗠𝗣𝗥𝗘𝗦𝗧𝗔𝗗𝗔𝗦?
Discursos impecáveis, imagem polida, presença marcante… mas pouca substância por trás.
A fábula da Gralha Vaidosa é mais atual do que nunca: no mundo corporativo, muitos ainda acreditam que aparência basta. Mas, cedo ou tarde, a realidade arranca as penas falsas — e a verdade aparece.
No artigo de hoje, reflito sobre vaidade, autenticidade e liderança fake, trazendo também o caso de Eike Batista, um dos exemplos mais emblemáticos do Brasil.
E você? Prefere seguir quem brilha por fora ou quem tem consistência por dentro?

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Não adianta vestir penas alheias: mais cedo ou mais tarde, a verdade aparece

A Fábula como Espelho Corporativo

Na história clássica de Esopo, Júpiter decide escolher o rei dos pássaros. A gralha, com suas penas sem graça, recolhe discretamente as penas mais bonitas caídas pelas outras aves, prende-as sobre si e se apresenta deslumbrante no dia da escolha. Júpiter, encantado com sua aparência, a escolhe. Mas logo a verdade vem à tona: as outras aves arrancam-lhe as penas emprestadas, revelando sua verdadeira identidade. Humilhada, a gralha perde tudo.

A moral? Aparência sem essência é uma armadilha. E no mundo corporativo a história se repete — e com frequência embaraçosa. Quantos profissionais vemos por aí tentando parecer o que não são? Usam discursos prontos, gestos treinados, currículos embelezados, roupas de grife e cargos inflados… mas tudo isso sem substância. Estão como a gralha: ornamentados por fora, ocos por dentro.

Por Que Falar Disso no Mundo Corporativo?

No ambiente empresarial, autenticidade não é só uma virtude — é uma vantagem competitiva. Líderes verdadeiros, que assumem suas vulnerabilidades, constroem confiança enquanto que líderes “fantasiados”, aqueles que adotam estilos e discursos copiados, podem até enganar no curto prazo, mas serão inevitavelmente desmascarados.

O custo da vaidade corporativa é alto. Não apenas para quem finge ser o que não é, mas também para equipes que seguem líderes inautênticos e, muitas vezes, instáveis. A “síndrome da gralha” está por toda parte: é o executivo que repete jargões sem entender o que dizem, o gestor que ostenta títulos internacionais mas não consegue engajar seu time, o CEO que vive de aparências enquanto a cultura da empresa se deteriora.

Um caso real: Eike Batista

Durante anos, Eike Batista foi a figura mais emblemática do “empreendedorismo de palco” no Brasil. Dono de um império que ostentava a letra “X” em todas as empresas — OGX, MPX, LLX — ele prometia revolucionar setores inteiros: petróleo, energia, logística.

Com discursos carismáticos e estratégias de marketing agressivas, atraiu a atenção da mídia, de investidores e até do governo. Em 2012, chegou a ser considerado o homem mais rico do Brasil.

Mas por trás das promessas grandiosas, havia pouco lastro real. Os poços da OGX não produziam como anunciado. A governança era frágil. E a narrativa se sustentava mais em expectativas do que em entregas.

Quando a realidade se impôs, tudo ruiu: ações despencaram, bilhões foram perdidos, e Eike foi investigado e preso.

Como a gralha da fábula, Eike havia se coberto de penas alheias — projeções irreais, promessas infundadas, imagem inflada — até ser desmascarado publicamente.

O Valor da Autenticidade — Mesmo que Dê Trabalho

Assumir sua própria plumagem — suas forças, mas também suas fragilidades — é mais difícil do que copiar o visual dos outros. Exige coragem para olhar no espelho, reconhecer limitações e buscar aprimoramento genuíno.

Profissionais autênticos:

  • Inspiram confiança.
  • Constroem relações sólidas.
  • São lembrados por quem são, e não pelo que aparentam.
  • Compreendem que vulnerabilidade é força, não fraqueza.

Autenticidade não se improvisa. Ela é construída ao longo do tempo, com consistência entre discurso e ação, entre intenção e entrega.

Reflexões (para líderes, coches e mentores)

Se você ocupa uma posição de liderança, é mentor ou coach reflita:

  • Você está vestindo penas que realmente lhe pertencem?
  • Está tentando parecer alguém que não é?
  • Seus valores são vividos ou apenas pregados?

Como mentor e coach executivo, vejo cada vez mais líderes adoecendo emocionalmente por tentarem sustentar uma imagem incompatível com sua essência. A pressão por performance e aparência rouba a autenticidade e afasta a empatia.

A boa notícia? Há sempre tempo para despir-se das penas emprestadas e assumir quem você realmente é.

A gralha da fábula queria ser aceita. E muitos profissionais também querem: destaque, reconhecimento, aprovação.

Mas há uma linha tênue entre buscar evoluir e tentar parecer o que não se é.

Ser autêntico pode custar mais no curto prazo — mas é o único caminho sustentável no longo prazo.

No fim do dia, as penas caem. E só resta o que realmente somos

Mais Verdade, Menos Teatro

O mundo corporativo precisa de menos gralhas e mais pássaros verdadeiros — com penas simples, talvez, mas autênticas. A liderança não é um desfile de vaidades; é um exercício diário de coerência, caráter e coragem.

Não é o brilho das penas que faz um bom líder. É a verdade com que ele voa.

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