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A Torre e a Ponte: Por que a liderança isolada está perdendo espaço para a liderança conectiva

𝗤𝘂𝗮𝗻𝘁𝗼 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗮𝗹𝘁𝗼 𝗮𝗹𝗴𝘂é𝗺 𝘀𝗼𝗯𝗲, 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗳á𝗰𝗶𝗹 é 𝘀𝗲 𝗶𝘀𝗼𝗹𝗮𝗿.
No mundo corporativo, muitos líderes constroem torres: sólidas, imponentes, seguras… e solitárias.
Outros, conscientemente, escolhem construir pontes: menos vistosas, porém muito mais poderosas.
Neste artigo, proponho uma reflexão incômoda e necessária:
𝗹𝗶𝗱𝗲𝗿𝗮𝗿 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗿 𝗱𝗼 𝗶𝘀𝗼𝗹𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗼𝘂 𝗱𝗮 𝗰𝗼𝗻𝗲𝘅ã𝗼?
A torre protege o ego.
A ponte desenvolve pessoas, sustenta resultados e constrói legado.
Talvez o maior desafio da liderança contemporânea não seja chegar ao topo
mas 𝗱𝗲𝘀𝗰𝗲𝗿 𝗱𝗲𝗹𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗰𝗿𝗶𝗮𝗿 𝗰𝗼𝗻𝗲𝘅õ𝗲𝘀 𝗿𝗲𝗮𝗶𝘀.

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Quanto mais alto alguém sobe na hierarquia, mais sozinho tende a ficar. Essa é uma verdade incômoda do mundo corporativo — e também uma armadilha silenciosa da liderança.

Ao longo da minha trajetória como executivo e, hoje, como mentor de líderes, observo uma metáfora que se repete com frequência: alguns líderes constroem torres, outros constroem pontes. Ambos chegam ao topo. Mas apenas um deles consegue permanecer relevante, sustentável e humano ao longo do tempo.

Este artigo é um convite à reflexão: em que tipo de liderança você está investindo?

A torre: o símbolo da liderança isolada

A torre é alta, sólida, imponente. De lá de cima, a vista é privilegiada. O líder enxerga longe, tem poder de decisão, status, autoridade formal. Mas há um preço pouco discutido: o isolamento.

Líderes que operam a partir da torre costumam apresentar alguns sinais claros:

  • Centralizam decisões
  • Confundem cargo com liderança
  • Valorizam controle mais do que confiança
  • Escutam pouco e falam muito
  • Acreditam que vulnerabilidade é fraqueza

Na torre, o líder se protege. Cria camadas hierárquicas, filtros, agendas fechadas, discursos ensaiados. O problema é que, quanto mais espessas são as paredes, menos informação real entra.

A torre gera uma ilusão perigosa: a sensação de que tudo está sob controle. Mas, na prática, ela distancia o líder da cultura real, das dores do time, dos sinais fracos do mercado e, muitas vezes, de si mesmo.

Não é raro ouvir executivos dizendo:

“Aqui ninguém me fala a verdade.”

A pergunta correta seria: Que tipo de torre eu construí para que as pessoas tenham medo de atravessá-la?

O custo invisível da liderança isolada

A liderança em torre cobra um preço alto — ainda que silencioso:

  • Decisões ruins, baseadas em dados filtrados
  • Times desengajados, que apenas “executam”
  • Inovação sufocada, porque errar não é seguro
  • Solidão do poder, sem espaços genuínos de troca

Com o tempo, o líder vira refém da própria imagem. Precisa sustentar a máscara da infalibilidade. E, paradoxalmente, quanto mais forte parece, mais frágil se torna por dentro.

A torre protege do vento, mas também impede a circulação do ar.

A ponte: o símbolo da liderança conectiva

A ponte não é alta. Ela não se impõe. Ela conecta.

Diferente da torre, a ponte existe para que outros passem por ela. Ela liga margens, reduz distâncias, permite fluxo. Na liderança, isso significa algo profundo: o líder deixa de ser o centro e passa a ser o facilitador.

Líderes que constroem pontes:

  • Criam ambientes de confiança psicológica
  • Escutam ativamente, inclusive o que incomoda
  • Compartilham contexto, não apenas ordens
  • Desenvolvem pessoas, não apenas resultados
  • Aceitam que não têm todas as respostas

A ponte exige coragem. Ela não protege o ego. Ela expõe o líder ao diálogo, ao conflito saudável, ao contraditório.

Mas é justamente aí que mora sua força.

Liderança conectiva não é ausência de autoridade

Aqui cabe um ponto essencial: liderança conectiva não é liderança fraca.

Construir pontes não significa abrir mão de critérios, metas, disciplina ou decisões difíceis. Significa apenas mudar a fonte do poder:

  • Da autoridade formal → para a autoridade relacional
  • Do medo → para o respeito
  • Do controle → para a corresponsabilidade

O líder conectivo não abdica do papel de decidir. Ele apenas decide melhor, porque escuta mais, observa mais e compreende mais o sistema como um todo.

Por que o mundo corporativo precisa de mais pontes

Vivemos um contexto marcado por:

  • Complexidade crescente
  • Ambiguidade constante
  • Transformações aceleradas
  • Times diversos e intergeracionais

Neste cenário, a torre já não sustenta. Ela é lenta, rígida e frágil diante da mudança.

A ponte, ao contrário, é adaptável. Permite aprendizado contínuo, colaboração real e inovação distribuída.

Empresas que prosperam hoje não são as que têm líderes “mais fortes”, mas as que têm líderes mais conectados.

Da torre à ponte: uma transição interna

Talvez a pergunta mais importante não seja organizacional, mas pessoal:

O que me levou a construir uma torre? Medo de errar? Necessidade de controle? Histórias passadas de fracasso? Modelos antigos de liderança que internalizei?

A transição da torre para a ponte começa dentro. Passa por autoconhecimento, humildade e, muitas vezes, por conversas difíceis — consigo mesmo e com outros.

É aqui que processos como mentoria e coaching executivo fazem diferença: criam um espaço seguro onde o líder pode descer da torre sem perder a identidade.

E daí…

Torres impressionam. Pontes transformam.

No fim da carreira, poucos líderes serão lembrados pela altura da torre que ocuparam. Serão lembrados pelas pontes que construíram — pelas pessoas que desenvolveram, pelas conversas que permitiram, pelos ambientes que deixaram mais humanos e mais produtivos.

E a pergunta é simples, mas poderosa:

Você está investindo em proteger sua posição… ou em conectar pessoas, ideias e futuros?

Porque, no mundo real da liderança, quem constrói pontes nunca caminha sozinho.

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