Quando faltam respostas, não é força que nos falta — é clareza.
O que o autor (Lou Marinoff) realmente quis transmitir em seu livro
Em “Mais Platão e Menos Prozac”, Lou Marinoff traz uma provocação ousada para a era da ansiedade:
Nem todo sofrimento é doença;
Nem toda angústia precisa de remédio;
Muitas vezes, o que precisamos é pensar melhor — não medicar mais.
Marinoff mostra que a filosofia pode — e deve — ser aplicada como uma ferramenta prática para lidar com dilemas reais de vida e carreira. Ele apresenta um método chamado PEACE (Problema, Emoção, Análise, Contemplação, Equilíbrio), que substitui “reagir no automático” por “refletir com propósito”.
Mais do que um livro sobre filosofia, é um convite para reencontrar o sentido quando tudo parece pesado.
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Por que falar disso no mundo corporativo?
Porque o ambiente empresarial moderno está doente de urgências, distrações e métricas vazias.
Há líderes que trabalham 14 horas por dia, mas não sabem explicar por que fazem o que fazem.
Há profissionais que avançam rápido na carreira, mas perdem a bússola interna no meio do caminho.
Há empresas que oferecem yoga, ginástica laboral e sessões de meditação — mas continuam cultivando culturas tóxicas que geram a ansiedade que tentam combater.
O livro ilumina uma verdade que poucos têm coragem de admitir:
O problema não é excesso de trabalho.
É falta de sentido.**
E sem sentido, líderes se perdem, equipes se fragmentam e organizações deixam de evoluir.
Assim como Platão defendia que a clareza interior antecede a ação justa, Marinoff nos lembra que a reflexão é a base da estabilidade emocional. Não existe liderança sustentável sem consciência de si. Não existe alta performance sem alinhamento interno.
Exemplo real: quando a falta de reflexão cobra seu preço
Em uma das minhas mentorias, acompanhei um diretor que acumulava resultados extraordinários — mas vivia sob enorme tormento mental. Era visto como competente, disciplinado e resiliente, mas internamente estava esgotado.
A rotina era mais ou menos assim:
- Metas agressivas,
- Pressão por entregas rápidas,
- Pouco reconhecimento,
- E a sensação constante de “não posso falhar”.
Quando começamos a trabalhar juntos, o que apareceu não foi um problema técnico, nem comportamental. Foi algo muito mais profundo:
Ele havia perdido o porquê.
Seu dilema não era operacional — era filosófico.
E foi justamente ao revisitar seus valores, seu propósito e suas escolhas que ele reencontrou equilíbrio.
Ao contrário do que muitos imaginam, clareza existencial reduz ansiedade, aumenta foco e fortalece a performance.
Não foi a carga de trabalho que mudou.
Foi o sentido.
O que Marinoff ensina e que líderes precisam aplicar agora
1. Perguntas profundas resolvem o que métricas não resolvem
Por trás de cada ansiedade corporativa existe uma pergunta sem resposta:
– Por que isso importa?
– O que estou tentando provar?
– O que realmente quero construir?
Quando o líder não se faz essas perguntas, a equipe sente.
2. Filosofia é ferramenta de tomada de decisão
Platão ensina a buscar a essência.
Aristóteles ensina a agir com prudência.
Epicuro ensina a distinguir necessidades de desejos.
Sêneca ensina a lidar com emoções e pressões.
Isso é extremamente prático — muito mais do que muitos MBAs.
3. Não existe equilíbrio emocional sem alinhamento de valores
Burnout não nasce do trabalho duro; nasce da contradição interna.
Quando valores pessoais entram em choque com valores organizacionais, a psique humana quebra. Marinoff não fala de doenças — fala de coerência.
4. O líder que pensa melhor, lidera melhor
Liderança não é só ação.
É discernimento, consciência, profundidade.
É saber pausar antes de agir — e agir com propósito.
Filosofia é a ferramenta para essa pausa.
5. O problema não é sentir demais — é sentir sem entender
A filosofia devolve ao profissional a capacidade de interpretar a própria vida.
E quem interpreta melhor… reage melhor, decide melhor, vive melhor.
Recomendações práticas para líderes e profissionais
✔ Adote o PEACE no dia a dia
- Problema: descreva sem exageros
- Emoção: reconheça, não negue
- Análise: observe causas reais
- Contemplação: pense antes de agir
- Equilíbrio: escolha o caminho mais coerente
Simples. Profundo. Transformador.
✔ Tenha conversas mais filosóficas com sua equipe
Pergunte:
– O que faz sentido para você aqui?
– O que te incomoda de verdade?
– O que você tem medo de perder?
Essas perguntas valem mais que qualquer KPI.
✔ Reduza “pílulas motivacionais” e aumente espaço de reflexão
Líderes precisam menos de slogans e mais de consciência.
✔ Revise seus valores pessoais trimestralmente
O que te movia há cinco anos talvez não te mova hoje.
E está tudo bem — desde que você reconheça isso.
✔ Busque mentoria não para ser motivado, mas para ser visto
O melhor mentor não entrega respostas.
Entrega espelhos.
E dai…
No fim das contas, a maior competência de um líder não é a habilidade técnica — é a capacidade de compreender a si mesmo.
E essa competência não se aprende em cursos rápidos, mas em conversas profundas, leituras densas e reflexão honesta.
Se Platão estivesse no LinkedIn hoje, talvez diria:

