Você já esteve diante de tantas boas opções que… travou?
Esse artigo nasceu de conversas com executivos em transição, CEOs experientes e líderes que, apesar de cercados por oportunidades, sentem-se imobilizados.
Aqui, conecto esse dilema ao mito de Ulisses em a Odisseia e ao paradoxo da escolha — com insights práticos sobre como tomar decisões com clareza, foco e propósito no mundo corporativo.
Boa leitura — e boa reflexão.
Escolher é também renunciar. E renunciar exige coragem, clareza — e valores.
✅ 1. Conecte-se comigo no LinkedIn
Em mais um dos bons exemplos extraídos da mitologia grega, na Odisseia, Ulisses precisa atravessar um mar perigoso. Lá, vivem as sereias — criaturas mitológicas cujo canto é tão hipnótico que faz os navegadores se lançarem ao mar e naufragarem.
Sabendo do risco, Ulisses não foge. Ele quer ouvir o canto das sereias, mas não quer se perder.
Sua solução? Tapa os ouvidos da tripulação… E amarra-se ao mastro do navio.
Ulisses representa o líder moderno. As sereias são as vozes do mercado, os convites sedutores, as infinitas possibilidades profissionais. O mastro é aquilo que nos ancora: propósito, valores, critérios de decisão.
Se não estivermos amarrados ao que realmente importa, podemos ser arrastados — mesmo pelas melhores oportunidades.
O paradoxo da escolha: quando a abundância paralisa
Durante uma conversa com um executivo experiente, ele me confidenciou, com um misto de frustração e cansaço: “Walter, nunca tive tantas portas abertas… e nunca me senti tão travado.”
Ele tinha sobre a mesa:
- Um convite para liderar uma multinacional no exterior
- A proposta de fundar um negócio com investidores de peso
- Uma vaga em conselho de administração de uma grande empresa
- Além da opção de continuar onde estava, em um cargo relevante, mas já sem brilho
Todas as opções eram boas. Nenhuma era óbvia. E a dúvida o consumia.
Essa sensação tem nome: paradoxo da escolha. Popularizado pelo psicólogo Barry Schwartz, o conceito explica que, quanto mais opções temos, mais difícil é escolher — e mais insatisfeitos ficamos com qualquer decisão.
O impacto silencioso nas lideranças
Executivos, CEOs e conselheiros vivem o paradoxo da escolha o tempo todo. Quanto mais experientes e bem posicionados estão, mais convites, projetos e possibilidades surgem. Mas isso não é garantia de clareza. Pelo contrário: o excesso pode gerar estagnação.
Veja alguns exemplos reais (mantidos anônimos, por ética):
✅ O CEO sobrecarregado
Dizia “sim” a tudo: startups, conselhos, palestras, novos negócios. Era admirado — mas vivia exausto, improdutivo e emocionalmente desconectado.
👉 Faltava critério de alinhamento. Ele se movia por validação externa, não por estratégia pessoal.
✅ A executiva que quase se perdeu
Saiu de um cargo de liderança buscando mais propósito. Em 30 dias, recebeu seis propostas. Entrou em análise infinita — e perdeu o timing. Quando se decidiu, as portas já tinham se fechado.
👉 Faltava clareza sobre o que realmente queria. Confundiu oportunidade com direção.
✅ O investidor disperso
Apaixonado por inovação, entrou como mentor em cinco startups ao mesmo tempo. Não conseguiu se dedicar de forma relevante a nenhuma.
👉 Faltava foco. A multiplicidade matou a profundidade.
O que Ulisses faria hoje?
Ulisses sabia que sua vulnerabilidade não era fraqueza — era previsibilidade. Ele se antecipou à tentação e criou mecanismos para não se perder.
E é isso que líderes maduros precisam fazer:
- Estar conscientes de seus pontos de sedução
- Ter critérios claros de decisão
- Ancorar-se em valores, visão e propósito
- Criar estruturas (mentoria, conselhos, pausas estratégicas) para refletir antes de agir
Recomendações práticas para líderes diante do paradoxo
1. Crie seu “mastro” com antecedência Antes das oportunidades surgirem, defina seus critérios: “Aceito projetos que alinhem propósito, impacto e equilíbrio pessoal.” “Minha prioridade é consolidar minha contribuição, não ampliar volume.”
2. Reduza a ilusão de perfeição Toda escolha envolve perda. A decisão ideal não existe — existe a decisão coerente com o seu momento.
3. Recorra a mentoria e conselhos Um mentor experiente ajuda a enxergar o que está por trás da dúvida: medo, vaidade, insegurança ou simplesmente excesso de caminhos possíveis.
4. Use perguntas essenciais como filtro
- Isso me aproxima ou me afasta do que quero construir?
- Qual será o impacto dessa escolha em 3 anos?
- Estou decidindo por alinhamento ou por ansiedade?
5. Escolha com compromisso, não com arrependimento antecipado Uma vez escolhido o caminho, abrace-o. Decidir é confiar — e agir.
E daí?
Você está ouvindo o canto das sereias — propostas, oportunidades, promessas de sucesso.
A pergunta não é apenas qual direção seguir.
A pergunta mais profunda é: A que valores você está amarrado?
Porque liderança não é sobre ouvir mais vozes. É sobre escolher em qual delas você vai acreditar — e a qual você vai resistir.
✅ 4. Clique aqui para conhecer o serviço de Mentoria e Coaching Executivo