“Quantos líderes vivem no topo de suas torres, admirados à distância, mas profundamente sozinhos?”
No mundo corporativo, o isolamento do topo é mais comum do que se imagina. Muitos líderes vivem cercados de poder e prestígio, mas distantes da própria essência — presos em uma rotina previsível, esvaziada de propósito. É aí que surge a pergunta: como conquistar liberdade executiva num ambiente que tanto valoriza controle?
Era uma vez…
Uma jovem chamada Rapunzel, trancada no alto de uma torre, distante do mundo, com uma vista privilegiada — mas sem liberdade. Alimentada e vigiada por uma bruxa controladora, Rapunzel vivia uma rotina segura, previsível… e profundamente limitante.
Esse conto dos Irmãos Grimm, muitas vezes associado à infância, pode revelar camadas simbólicas surpreendentemente aplicáveis à vida executiva.
Convido você a refletir:
Qual é a sua torre? O que está te mantendo nela? E como você pode construir sua própria ponte para a liberdade corporativa?
A torre como metáfora do isolamento executivo
Rapunzel está no alto de uma torre. Ela não pode sair, mas também ninguém pode entrar — exceto pela longa trança que ela mesma oferece como acesso.
No mundo corporativo, muitos executivos e líderes vivem exatamente assim: em torres douradas.
Essas “torres” são cargos de alta responsabilidade que, com o tempo, afastam o profissional do contato humano genuíno. Reuniões se tornam mais políticas do que produtivas. Feedbacks se tornam escassos e filtrados. A agenda, antes empolgante, vira uma prisão disfarçada.
O isolamento executivo é real. E perigoso…
A prisão dourada: conforto que limita
É fácil se encantar com a vista da torre: salário alto, bônus, status, reconhecimento. Mas isso tudo pode se tornar uma prisão corporativa — bela por fora, mas sufocante por dentro.
Muitos líderes permanecem em ambientes tóxicos ou em papéis que já perderam o sentido por medo de “descer”, de abrir mão dos privilégios ou de encarar o desconhecido.
Assim como Rapunzel não conhecia o mundo fora da torre, muitos profissionais perdem a conexão com suas paixões, valores e propósito. A rotina se torna automática. A energia, escassa. O brilho no olhar, uma lembrança distante.
👹 A bruxa como símbolo do medo, controle e sistemas opressores
A bruxa que prende Rapunzel representa o controle. Pode ser um gestor autoritário, uma cultura empresarial rígida ou mesmo nossos próprios medos e crenças limitantes.
“Você não pode sair agora.”
“Fique onde está, é mais seguro.”
“Lá fora, você vai fracassar.”
Quantas vezes já ouvimos — ou dissemos — isso a nós mesmos?
Enquanto acreditarmos nessas vozes internas ou externas, permaneceremos na torre. É preciso coragem para reconhecer que a bruxa, muitas vezes, está dentro de nós.
🧶 O cabelo como ponte: relacionamentos e reputação
A única maneira de acessar a torre é através do longo cabelo de Rapunzel. Ele é a ponte entre o isolamento e o contato com o outro.
No mundo corporativo, esse cabelo pode ser entendido como:
- Networking estratégico
- Comunicação autêntica
- Reputação profissional
Quando cultivamos relações verdadeiras, construímos pontes. Quando isolamos nossa voz ou cortamos conexões importantes, nos trancamos ainda mais alto na torre.
Executivos que negligenciam o networking, que não compartilham conhecimento ou que evitam vulnerabilidade tendem a perder acesso ao mundo real — e às oportunidades que ele oferece. E, com isso, se afastam da verdadeira liberdade executiva.
🫣 O príncipe e a cegueira: tropeços inevitáveis
O príncipe que visita Rapunzel acaba descoberto, cai da torre e fica cego. Em muitas carreiras, esse momento também acontece: a queda. Pode ser uma demissão inesperada, uma crise de reputação, um esgotamento.
Mas a beleza da metáfora está no que vem depois: mesmo cego, o príncipe não desiste. Ele busca, ele resiste, ele reencontra. E quando encontra Rapunzel novamente, as lágrimas dela restauram sua visão.
Essa passagem fala de resiliência, reinvenção e reconexão com a essência. A visão pode ser recuperada, e às vezes ela volta ainda mais clara — mas só depois que aceitamos sair da torre e enfrentar o mundo real.
🚪 A libertação: descer da torre é uma escolha
No final do conto, Rapunzel sai da torre e vive uma nova vida — livre, conectada, em plenitude.
Essa jornada é simbólica para todo líder que decide romper com a zona de conforto corporativa, reconectar-se com sua verdade e assumir a liderança da própria história.
Descer da torre pode significar:
- Mudar de empresa ou setor
- Abrir o próprio negócio
- Redefinir o estilo de liderança
- Buscar propósito e impacto social
- Investir em escuta, empatia e relações humanas
Cada passo em direção à liberdade executiva exige desprendimento — mas traz crescimento.
💼 Exemplo real: líderes que desceram da torre
Satya Nadella, CEO da Microsoft, é um bom exemplo de líder que transformou uma torre de rigidez em uma ponte de empatia. Ao assumir o cargo, ele promoveu uma cultura de aprendizado contínuo e escuta ativa. Saiu do topo isolado e se conectou com a base.
Outro exemplo é o de executivos como Paul Polman, ex-CEO da Unilever, que deixaram posições de prestígio para atuar com impacto social e sustentabilidade. Eles não apenas desceram da torre — construíram novos caminhos de liderança com sentido.
Esses movimentos mostram que há vida fora da torre. E que essa vida pode ser muito mais abundante.
🔚 E você, vai continuar na torre?
O que está mantendo você na torre?
E o que seria preciso para lançar seus cabelos ao vento e começar a construir pontes para o mundo lá fora?
Rapunzel nos ensina que segurança sem liberdade é prisão. Que controle sem confiança é cegueira. E que nenhuma torre é alta o suficiente para conter um espírito pronto para se libertar.
No mundo executivo, liderar com autenticidade é conquistar liberdade executiva. É abrir mão de máscaras e armaduras. É construir pontes. E, sobretudo, é reencontrar o propósito que dá sentido à jornada.
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