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Diferenças (ir)reconciliáveis e os valores individuais

“Os homens são como as moedas; devemos tomá-los pelo seu valor, seja qual for o seu cunho” (Carlos Drummond de Andrade)

A maneira como reagimos ao sucesso ou ao fracasso determina o nosso grau de realização – podemos ter tudo, sermos alvo da admiração e até da inveja alheia e, mesmo assim, nos sentirmos frustrados. Cabe aqui a frase do autor e especialista em PNL, Robert Dilts: “Os nossos sucessos e fracassos não determinam quem nós somos”.

E por que aquilo que para uns é um sucesso retumbante, para outros é um enorme fracasso? A resposta está nos valores de cada um – não existe sucesso real se não alcançado dentro dos limites dos valores individuais.

E o que são valores individuais?

Os princípios que em sua essência representam um conjunto de normas e padrões a seguir no convívio social são a base da formação dos valores que, por sua vez, são o conjunto de crenças pessoais e individuais acerca do que é realmente importante; os valores governam as nossas escolhas e nossas ações no cotidiano e, por isso, podem ser definidos como a nossa constituição individual. Podemos, dentre uma vasta lista de valores, listar alguns, como por exemplo: honestidade, responsabilidade, sucesso, segurança, respeito fama, aceitação social, beleza, liberdade, amor, prazer…

Mas, por que falar nisso?

As diferenças nos valores individuais são a maior causa de conflitos no ambiente corporativo; não existe o certo ou o errado pois as pessoas são diferentes, foram educadas em ambientes distintos com histórias de vida e realidades muitas vezes diametralmente opostas.

Um dos exemplos marcantes de como diferentes valores individuais podem ser o estopim para grandes conflitos no mundo corporativo é representado por uma grande indústria nacional que recebeu oferta bilionária para vender sua operação para uma empresa global: um dos sócios imediatamente aceitou, contudo o outro refutou com enorme convicção – o caso se arrastou por longo período nos tribunais e a empresa não foi vendida até hoje. Se o valor oferecido para a compra era não só justo como vantajoso, o que explica opiniões diametralmente opostas dos sócios? A resposta pode estar nos valores conflitantes: para um (o que não queria vender) no topo de sua hierarquia de valores deveriam estar o crescimento contínuo, o comprometimento com o próximo e status/aceitação social; por outro lado os valores mais relevantes para o sócio que aceitou a proposta seriam a segurança e a liberdade.

Nas organizações, pessoas têm a tendência de relacionar-se com aqueles com quem se identificam e isso, na maioria das vezes, significa com pessoas que compartilham dos mesmos valores – valores comuns significam a harmonia máxima; esse é um dos grandes erros cometidos por muitos gestores que agem com seus subordinados como o cineasta Woody Allen que, logo após um de seus casamentos, disse à nova esposa: “agora somos uma só pessoa: EU”.

Assim, o caminho correto a seguir, não só na vida profissional é:

  1. através do autoconhecimento identificar e hierarquizar valores – como regra geral pode-se dizer que aqueles que estão no topo da hierarquia não podem nem devem ser “flexibilizados”;
  2. identificar e reconhecer os valores daqueles que nos cercam e;
  3. reconhecer e aceitar a própria dualidade bem como a de outros para construir o alicerce da confiança.

Algumas “regras de ouro” para praticar no ambiente corporativo:

  1. Os valores corporativos devem sempre se sobrepor aos valores individuais. A grande maioria das empresas adotam alguns valores que são inegociáveis – honestidade, por exemplo. Se houver incompatibilidade profunda o colaborador deve buscar novos caminhos ou ser “incentivado a mudar de ares”;
  2. Entender e aceitar diferenças individuais: um dos pilares do coaching Ericksoniano determina que “atrás de toda a ação existe uma intenção positiva”;
  3. Não julgar: o julgamento é uma ação narcisista – sempre que julgamos nos colocamos em posição de superioridade. A regra é não necessariamente concordar, mas entender que determinados comportamentos ou ações são determinados por valores que nem sempre são compatíveis com os de quem julga;
  4. E, finalmente, cabe aos gestores, promover e incentivar o alinhamento dos valores corporativos com os das pessoas para que trabalhem em grupo e desenvolvam o espírito de equipe respeitando sempre as diferenças individuais.

E você? Conhece e hierarquizou seus valores? Parou para pensar o quanto aqueles que o cercam tem valores diferentes dos seus?

Gostou do artigo? Quer saber mais como as diferenças nos valores individuais impactam o ambiente corporativo? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Walter Serer
https://www.linkedin.com/in/walter-serer-86717b20/

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